segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Maratona de Filmes Parte I

Sim, eu sei que estou beeeem atrasada. Tenho várias postagens aqui engatilhadas, mas, cara, não tenho tempo de terminar de escrevê-las. Tempo é uma coisa preciosa pra mim - e silêncio também - e ultimamente tenho investido nele com muito trabalho... e algumas sessõezinhas de cinema porque também sou filha de Deus.

Então, depois deste último dia de repescagem do Festival do Rio - que teve início no dia 25 de setembro e terminou em 8 de outubro - que resolvi parar um pouco com tudo e falar dos filmes a que assisti nessas duas semanas de muita correria e diversão. Gosto do Festival devido à diversidade de países que participam, preferindo me arriscar com filmes da África do Sul, Romênia e Sri Lanka a assistir os mais pops norte-americanos. Acabei não escapando muito deles, e ainda perdi Abraços partidos, de Pedro Almodóvar, que eu ansiava muito, e desisti de Bastardos inglórios, pela proximidade da estreia. Consegui assistir a dez deles, um verdadeiro recorde depois de alguns anos sem frequentar o festival com afinco. Tinha feito um esquema (como você confere abaixo) para assistir a uns vinte filmes, embora soubesse que nunca poderia dar conta de tudo, pela disponibilidade e pelo dinheiro - mas por que não sonhar, né? hehe


30/09 - O primeiro dia teve um saldo positivo. Assisti a um filme italiano escolhido em cima da hora, justamente por não ter conseguido chegar a tempo de conseguir um ingresso para o filme de Almodóvar. Trata-se de Trio de damas e hábitos nupciais (Tris di donne i abiti nuziale, Itália, 2009), que ganhou o último Festival de Veneza. O título é infeliz, e ainda deixa uma interpretação ambígua que pode ser esclarecida pela sinopse do filme. Franco Campanella é um homem casado, pai de Giovanni e Luisa e precisa comprar um vestido para a filha, cujo casamento se aproxima. Apesar de ser um marido e pai amoroso e trabalhador, Franco se vê quebrado por ter perdido tudo no pôquer. Não há muito mais a se destacar no filme, além de uma belíssima trilha sonora e da ótima atuação de Martina Gedeck, atriz poliglota que fez A vida dos outros. É um filminho básico de se ver, mas que não ousa muito na direção.

Saí de Botafogo correndo a tempo de ver O desinformante! (The informant, EUA, 2009) em Copacabana. Se no primeiro filme, o título deixa a desejar, neste os tradutores fizeram bem seu trabalho. Steven Soderbergh dirige Matt Damon - seu companheiro na trilogia Onze (Doze, Treze) homens - neste filme hilário, adaptação do livro The Informant: a true story, que, por sua vez, conta a história verídica de Mark Whitacre, empresário do alto escalão de uma agroindústria que se torna informante para o FBI. Ouvi muita gente dizer que talvez Matt Damon concorra ao Oscar pelo papel. Ele é versátil, concordo, tem talento para a comédia - vide cenas hilárias de Treze homens -, consegue sair da pele do enigmático matador Jason Bourne para engordar a ponto de vermos ali onde era um tanquinho uma obscena barriguinha, deixar crescer bigode e usar peruca para interpretar Whitacre. Matt Damon aqui está para a comédia como Julia Roberts está para o drama em Erin Brockovich, também do diretor. Soderbergh, que tem a segunda parte de Che também exibida no Festival, conduz a história com muito humor, embora eu ache difícil de ser acompanhada inicialmente devido à linguagem complexa das histórias inventadas pelo protagonista. Dou mais destaque às pérolas que Whitacre solta quando faz digressões em off, como quando fala da frase bomba-relógio. Outro ponto alto do filme é a trilha sonora, que me fez lembrar os seriados de espião, tipo Agente 86.

Nas próximas postagens descrevo os outros quatro dias de overdose de Festival do Rio. Continua...

Um comentário:

  1. Primeiro, não entendi a tradução ruim do filme italiano. Abiti não é hábitos, mas roupas. Aí, o título faz sentido. Bem, sobre o filme, Franco é um viciado e tem um quê de trapaceiro. Quer ganhar dinheiro facilmente, sem esforço. Na única vez que ele ganha no jogo, ele esconde da família e compra a passagem pra filha viajar. Acho que no fim, merecia um final feliz. Mas o cinema italiano, infelizmente, virou refém da tragédia. Finais felizes, como em Hollywood, são impossíveis.

    Sobre O Desinformante!, a gente já sabe de duas coisas antes de ver o filme. 1) É uma comédia. 2) Matt Damon não é confiável. A gente não sabe que trapalhada ele vai fazer, mas fará. Mas, para quem vir o filme, fica a dica de prestar atençao aos detalhes da vida de Mark, como os carros que dirige, quantos filhos tem, etc... Damon foi muito bem e passa a dose de simpatia, de ingenuidade que o personagem pede na dose certa.

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